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O último e melhor gole


Ando desbravando silêncios... 
Caminho em busca de coisas - a mim, inalcançáveis 
Quero encontrar-me no fundo dos seus olhos castanhos 
Tornar o sonho de todas as noites/tardes/dias... real 
Escrever em ti a poesia que é para ti, boêmio de meu bar 
Dedicar-lhe o último e melhor gole de meu vinho barato 
A ti, que és poesia minha, saber meu – desejo 
Sufocar debaixo dos escombros de teu corpo num prazer secreto 
Não perder pro medo, nem dar sopa pro azar 
Quanta bobagem vinda de um covarde 
Terminadas estas linhas vou almoçar 
Com o sonho da tarde que caminha pra noite e me desperta para o alvorecer 
Sem imaginar quando saciada estará a fome, como. Abro outra garrafa de vinho e dedico-lhe o último e melhor gole.

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