Declaro, nesta presente data, que desisto do
amor romântico.
Não dos outros amores – do amor ágape. Destes
usufruirei até onde me for permitido mas, abdico do amor romântico.
Tantos anos transcorridos... Não há surpresas
nesse quesito. Ao nascer disseram-me – será só. E neguei crer até o presente
momento.
Lavro neste documento minha decisão.
Abdico os suspiros, o olho no olho, o toque
das mãos, o acelerar do coração, o frio na barriga (ou a jaula de borboletas),
as juras, as confissões à lua cheia, o perfume que lembra, a espera...
D. Pedro disse “fico”, Milene Paula diz “chega”.
A inteligência não pode ser questionada, pois
bem, o amor também não. Não se sabe o que há no outro até que ele mesmo diga
ou, permita saber. Não há outro que me pertença, não há eu que se permita
pertencer, desejar, querer, estar, sonhar, lembrar...
Neste dia de hoje eu DESISTO. Assumo
publicamente minha covardia. O medo de tentar e mergulhar de cabeça no vazio.
Ouvindo ecos de SOLIDÃO.
Assumo não ser mais capaz de sentir DOR sem
saber o por quê.
Por isso, assino aqui minha renúncia ao amor
romântico, e com ele também o platônico.
Perco agora para ganhar em algo mais
substancial no porvir, ou proclamar um novo decreto.
Informo não serem aceitas emendas a esse documento do tipo - “você
vai encontrar alguém legal” “o que é seu está guardado” “logo, logo, você vai
ver” “toda panela tem sua tampa”. O que já anula coisas como “a próxima a casar
é você, né? (risos)” Claro que não.
A decisão já foi tomada, assinada e
autenticada. Saiu da mente para o papel, já está mais que resolucionado.
Num hoje de um dia inserido em uma semana de
um mês pertencente a um ano qualquer, declarou-se desistência do amor romântico
e, de quebra para não haver falhas, do amor platônico também. No cartório de
uma mente confusa sem número.
Sem mais,
Eu, SÓmente eu, quem mais?
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