Corpos,
corpos sobre mim, ao redor de mim, por todos os lados... Ar ansiado numa crise asmática. Ar contido mas, suposto, inexistente. Realidade aumentada, realidade exagerada, realidade pútreda...
Tive
por instantes mil fobias reprimidas afloradas de uma só vez, por conta do ar
bactericida lançado em minha face sem pudor. Cega. Mil imagens desenharam-se em
cada tossir, em cada sopro seu de ar. Mil imagens de ti sem ele, engasgado,
contorcido, caído...
Sim!
Ponha-se a parir matriarca do consumo!
Aborte
sobre nós toda essa ilusão de melhor! Pra quem?
Que
brote sobre teu chão cinza milhares de latas menores, caixões ao trabalho não
findo sobre morrer...
Quanto
a ti, desejo-te fatiado e exposto para servir de refeição a mesma colônia que
me obrigou abrigar... Assisti-lo definhar junto a essa sociedade enlatada, e
eu, saciada, obterei prazer em sua dor. E sofrera calado junto aos outros,
engaiolado nesta dita condução pública.
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