- E pode isso? Abstinência de gente?
Uma falta que corrói, destrói e dilacera.
Querer improvável. Querer o que não se tem e
não se sabe se terá.
Querer e saber não poder estar, contar,
ouvir, consumir, sufocar...
A necessidade de devorar a presença do outro.
- Oxênte! Coisa de doido! Querer devorar
gente.
Embeber presença, toque, perfume, pensar...
Mas saber, abnegar... esquecer... deixar
ir...
Já que és tão claro quanto ao não querer
ficar.
O responder não perguntado dito em silêncio.
Reação em cadeia - Segregar - Abnegar - Dormir
E esperar que amanhecer desfaça a dor
Carregue consigo todo o sentir que se proíbe a
mim
Pois, por hora, o que tenho é “dezenamente”, “centenamente”,
“miliamente”... abstinência de você
- Mas menina, e pode isso? Abstinência de
gente?
- Pode. E não se atente não pra tu ver!
Milene Paula
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