Como estou? Quem se importa? Afinal, é
frescura. Um mal humorzinho á toa. Uma desculpa para gritar, xingar, deixar de
fazer... Quem dera fosse...
Uma palavra entoada diferente – e choro. Um
olhar na direção contrária da esperada ou não – e raiva. Uma entrelinha mal traduzida
– e briga.
É muito mais que um período de “tensão”
pré-menstrual, que no meu caso, perdura durante. Portanto, é tensão pré,
durante e, às vezes, pós-menstrual.
O pior estado de espírito que pode existir.
Difícil acordar e não saber como reagirá às
coisas. Difícil não compreender-me além do convencional. Difícil ser incógnita,
embora, alguns achem que é personalidade forte, ou coisa do tipo. Difícil
chorar, rir, odiar, amar, evitar, sumir, gritar, calar, deprimir... num único
suspiro.
Uma vez por mês receber uma descarga hormonal
de-ses-tru-tu-ra-do-ra. Um tsunami contido num corpo feminino, num corpo
humano. Um desastre “natural”. Mesmo? Natural?
Não é nada natural querer que as pessoas
morram. Desfaçam-se lentamente entre as mãos. Que não me olhem, não falem comigo
e, muito menos, me toquem. Não é natural querer que sintam dor
proporcionalmente ao desconforto, só por não querer enfrentar o sociável
dia-a-dia de pessoas que parecem não ver e compreender o que é muito mais do que
uma sigla, o pior estado de espírito que pode existir. Essa somatória de coisas
que não se entende e não se pode explicar. Uma champagne que de tanto
chacoalhar tem sua tampa percorrendo uma trajetória indefinida, e TUM, atinge
em cheio um alvo impensado. E foi-se um dia dito bom até o toque não programado
com consequências não previstas.
Reação: choro – medo – dor – raiva – amor –
ódio – riso – mágoa – grito – silêncio – olhar... contidos num único e profundo
suspiro.
Milene Paula
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