“meu jovem Buddah: seu medo de envelhecer,
sua estapafúrdia negação à morte, essa coisa tola que tanto idolatra
chamada vida, nada mais é que um breve sonho.”
Deimein está certo, a vida nada mais é do que um breve
sonho, e sonho de verão, desses curtos dos quais nunca queremos acordar, onde
achamos que podemos tudo, que somos alguma coisa, que vale a pena tentar...
Por um deslize ou por necessidade, permiti que Lisbella
despertasse e agora como antes, já não sei... Se sou eu, ou se sou ela... Ou se
somos a mesma. O que me é mais provável... Ser o obscuro de minh’alma. Ser o
desejo sanguinário de alimentar-me de sua carne – antropofagicamente tornar-me
ti – abrir os olhos e ser para sempre Lispectra – um heterônimo, minha parte
mais eu que a dita real.
Julgo-me pronta ao mundo, mais não sem ela, não sem mim,
não mais caminhar sem nós... Pela primeira vez – inteira.
Milene Paula ou Lisbella Lispetra,
já não sei se quero que haja uma distinção...
Milene Paula
18 nov. 2012
“Não há distinção, minha bela. O olhar demorado no espelho
já não encontra o final. Final de mim, início de ti, separação de nós. Minhas
falas sempre foram ditas por sua boca / meus pensamentos sempre foram
derramados sobre o papel por sua pena / Seus medos sempre foram refletidos em
mim. O tempo é o certo, nem mais tarde, muito menos mais cedo. O despertar era
esperado, momento de ser a parte que negava ser e ter. Unir-te e ser
completa... pensar, falar e agir, sem receios. A quem temer quando sabe
exatamente quem és, e o que começando agora quer encontrar e anexar ao seu ser,
aprimorando “nós” – um único e poético ser, aquém a ilusão humana. Eu e você –
agora um ser humano melhor, ciente de si...”
Lisbella Lispectra
18 nov. 2012
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