Tenho evitado pensar para não ser avassalada pelas palavras, pelos pensamentos que não permitem que os olhos se fechem, mas, cada pro-nun-ci-a-men-to reflete a dor da facada que não sangrou... Como se calar diante de tantas palavras e inações que “fingem” serem sem propósito. Propósito há, mas não é em prol do bem, e nem de mim ou de você.
“E daí?” Não assumir um lado ou crer que só há um lado que reflita o “bem maior”, tem superado o que creiamos ser o fundo do poço. O “eu avisei” deu lugar ao “a culpa é sua”, sim, porque a escolha foi consciente. Queriam alguém que desse vazão aos seus monstros. Queriam e querem muitos dos nossos mortos. E estamos morrendo... Mas, nem imaginam quão fortes os que sobreviverem serão.
“Vocês vão ficar chorando até quando?” Quase 300 mil mortos (SÓ por Covid) e nossa dor, como sempre, é resumida a mi mi mi. E há os que defendem o indefensável. Como coloca a cabeça no travesseiro e dorme? Eu estou a meses sem dormir. De mãos atadas. Contando os corpos que já somam mais do que o silêncio pode suportar.
Como é não se importar? Mais fácil? Pois, me deixem com o meu sentir. Gotejarei toda humanidade que ainda me resta, crendo, que o que aqui se faz, aqui se paga.
M.P. 09 mar.2021
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