“Ouviram do Ipiranga às
margens plácidas / de um povo heroico o brado retumbante”... O povo “heroico”
bradou na Arena Corinthians, e fez ensurdecer quem quer que fosse com o grito
de gol.
Não há ordem e nem
progresso, então, o que presumem ser esse “direito” de gritar gol, bater no
peito e sentir “orgulho” de ser brasileiro? Orgulho!? Por uma pátria que a
muito nem é amada e muito menos, idolatrada! Orgulho por uns terem tanto
enquanto outros não têm quase nada! Orgulho da impunidade...
Orgulho, poderia se pensar
em ter, se todos soubessem o hino e, pelo menos, metade do que todas aquelas
palavras significam.
Não há ordem e nem progresso,
porque eu deveria estar feliz? O pão e o circo calam multidões há milênios. Entristece
que não vejam, sintam ou saibam serem manipulados. Compraram os ingressos,
vestiram verde e amarelo, sentaram-se no estádio e vaiaram a presidente. Nossa!
Só eu vejo que o “manifesto” foi super válido, pelo amor, né!
Não liguei minha TV durante
o jogo e me esquivo de tudo que se refira a tal alienação mundial.
Não esperem que eu vista
verde e amarelo e bata no peito com orgulho. Não tenho orgulho! Não compartilho
desse tipo de “patriotismo”!
Vão enrolar a bandeira e
eleger as mesmas pessoas que vaiaram durante os “manifestos”. Serão enrolados
como bandeiras e acreditam terem direito ao grito de gol.
Os tais “filhos teus que não
fogem à luta” amam-te cegamente, Brasil! Pois, “em terra de cego, quem tem um
olho é rei”.
Milene Paula
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