Não gosto do não encontrar. O não te ver que
questiona. Indaga. Suspira. Estraga.
Não gosto de gostar. Na verdade, não gosto das consequências contidas no gostar.
Não gosto de gostar. Na verdade, não gosto das consequências contidas no gostar.
Nada. Letra. Música. Lamento. Horas iguais...
Não gosto do não encontrar. De ter que
inventar desculpas a minha mente. Aos rabiscos de você que surgem sem querer
num querer mútuo – mente e coração, ou, fisiologicamente falando,
hipotálamo-neurotransmissores-secreção endógena-coração, enfim, pensar,
idealizar, construir, e rapidamente apagar.
Não gosto do não pensar. O imaginar não é o
mesmo que o real. Embora, primeiro nasça no pensamento, contorne a boca,
suspire e, PLUNFT, real.
Desperta, desconexa, sem chão, sem sal,
inerte, imaterial...
Não gosto do não encontrar. Não gosto de
imaginar onde está. Não gosto do sentir algo não bem e negar. Não gosto das
madrugadas-sufoco-oco-caos... Não gosto de não te encontrar nas entrelinhas.
Milene Paula
Comentários
Postar um comentário