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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Clichê

Daí você se dá conta que nem tudo é um clichê. De que você, realmente, só vai dar valor quando perder, ou melhor, quando vir partir, aos poucos se afastar... Não gosto de clichês tornados letais. Estava parada ali, a ouvir ao longe o jogo de diálogos. As palavras que se cruzavam por entre olhos, mentes e bocas. Cercada de seres pensantes e delirantes. O gosto era bom! A sua mente mesmo, talvez não estivesse ali, não sabia ao certo. De repente, as palavras tornavam-se riso, e também isto era bom! Sorriu. Por pouco tempo, voltou. Interagiu. Olhou. Às vezes, outros olhos olhavam de volta... Às vezes, outros olhos requeriam atenção, para algo que estava sendo dito. Tão diferentes e tanto em comum... O não misturar de “núcleos” se faz misto sem perceber, alguns passos e estão todos ali, a debater. Percorrendo caminhos diferentes ao destino comum (inconsciente coletivo) – tudo converge à busca. Somos seres em ebulição. Todos se conhecem sem se pertencer... Não sei o que este

Eles não terminam comigo (nunca sei quando é o fim)

Corria, pois, já era avançada a hora. Porém, o bilhete numerado em sua mão lhe garantiria um lugar. Chegara. Sem muita dificuldade encontrou seu aconchegante assento. Ficara entre pessoas interessantes e, por ainda restarem minutos, conversou, conheceu, se encantou... Os três sinais soados pediam silêncio. Os três sinais soados diminuíam a luz. Os três sinais soados davam permissão de ver além das cortinas. Iniciou-se o espetáculo. Durante uma hora, uma hora e meia, esteve ali, envolvida. Aí então, o bailarino veio até a beira do palco, olhou diretamente para ela, e sorriu. Não reverenciou, a música não parou, a luz não se apagou... Veio a beira, olhou, e sorriu. Feito isto, as cortinas fecharam-se num baque, e a luz se acendeu. Não houve aplausos. Estava ali sozinha. Ninguém lhe disse adeus... Mal refeita, as luzes começaram a se apagar, uma a uma, indicando que já não era bem vinda. Hora de sair. Fim. Sem maiores explicações. Milene Paula