É durante a noite que a mente fervilha. O dia com suas intervenções, performances, instalações, trilhas sonoras impedem a mente de dizer, ela limita-se a consumir, e nesse consumo ensandecido ela arde sem saber e durante a noite desmistifica o querer. Durante a noite arde e as chamas transpassam o crânio, sangram a pele, criam cicatrizes, as ideias tornam-se palavras, às vezes, com significado algum... Enigmas ocultos no não dizer...
Um sujeito que passa o dia a ouvir, absorver, mudo... Basta o surgir da lua e ele pôe-se a acreditar que tem algo a dizer. Que vão parar por um segundo e compreender tudo o que dançou na mente durante a osmose do dia. Durante sua inércia de vida. Sua dúvida, seu medo, sua dor, seu não ser... Os verá passar, dizer, sonhar, cantar, amar, criar e, o ignorar durante mais um dia, para voltar a arder em chamas falantes pela noite achando ser qualquer coisa que compreende o mundo.
Lisbella Lispectra
A mente que borbulha, são 24 horas por dia, a diferença é que dia dia tenho afazeres domésticos, e filho de 3 anos. Já a noite, tomo meu chá de melissa quentinho, e me ponho a deitar. Mas a mente continua em seu processo. Só não estou pior, por que busco em meditações e estudos de filosofia de vida, espirituais e terapia. Mas mesmo assim tem momentos que a crise de ansiedade toma conta e é como se eu fosse Deus e estivesse escutando todo o universo. É louco, mas é assim que minha mente vive. É horrível, quero muito ser normal, isso na minha visão está fora da normalidade. Normal é ter problemas e saber resolver, sem pirar, sem chegar a esse nível horroroso em que estou nele.
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