Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2012

A porta

A porta se abre mais uma vez. Não com delicadeza, agressivamente, estrondosamente. Os pensamentos se perdem. Interrompem-se com o som que não é da mente. É externo. Respira fundo... Mais não há como afastar o desejo de vê-lo ensanguentado ao chão. Silencioso. Volta aos seus afazeres, ou tenta. A porta se abre outra vez. Respira fundo... Cerra os olhos. Idealiza. Abana as ideias e concentra-se em si. A tarefa não é fácil. Tudo em volta treme, farfalha, inibe o querer bem... Diz a si mesmo que não é nada. A porta outra vez se abre... Não pensa em mais nada. Acompanha-o sem olhá-lo. Pode sentir os seus passos. Quase não respira. A porta se fecha... Mais do lado de dentro deseja que volte a abri-la, pois esta, com certeza, será a última e saborosa vez... Lisbella Lispectra

...

Quando será que perdi as rédeas da minha vida? Quando autorizei dissertarem sobre mim? Quando passei a ser o centro das atenções, a preocupação de todos? Quando decidiram que estou assim por querer... Será que já pensaram que sou exemplar único? Será que não veem que não há par compatível? Será que não enxergam o quanto o assunto já gerou de dor? Claro que não... Sentam-se e debatem sobre a minha vida. Como se a fórmula fosse simples, talvez seja. Debatem mais não me indagam sobre como eu me sinto. A maior interessada, creio eu. Um produto pela última vez exposto no catálogo... Aquele que ninguém quis e, Lhe dão uma última chance de ser levado...

"o Deus que o homem criou não existe"

Deus criou o homem sua imagem e semelhança, e o homem voltou isso a seu favor. Deu-lhe suas "qualidades", tornando Deus vingativo, inerte e responsável pelo erro de outros. Mas Ele nos disse "maldito o homem que confia no homem", e depositamos nossas fichas em seres carnais. Uma cobra, um fruto proibido, um homem e uma mulher. Inquisição, proibições, a "santíssima" igreja. E o homem CRÊ no homem... O quanto de Deus há no homem? O quanto o homem desfigurou Deus?

Feliz!? Natal...

Sempre penso nos valores perdidos mas, a visão daquele mar de gente no shopping center, me horrorizou. Presentes. Compras. Consumo excessivo e desnecessário. As pessoas não sabem por que compram. Iludem-se em acreditar que esse seja o espírito de natal. Agridem-se durante todo um ano e presenteiam-se como um pedido de desculpa. Você percebe a força do capitalismo quando presencia essa migração de gente de suas casas às lojas. Tudo é motivo para ter, independentemente de poder ter. Quando acreditam que a entrega de um estádio é uma "conquista", tem-se certeza que o buraco é muito mais embaixo. Campanhas ante o álcool e a direção e o que se vê, na véspera de natal, são acidentes envolvendo bebida alcoólica, jovens e direção. Não precisa ligar a TV, saia a noite e veja como eles dirigem, a despreocupação com a vida dos outros, porque a desses cidadãos a muito que está comprometida já que não conseguem compreender o óbvio. Não sabem que a família é a instituição primordial n

O meu ontem

Conversa, vinho e música... Risos bobos, assuntos tolos, lapsos de realidade. Com ciência do que se viria a seguir. O momento constrói-se dos detalhes. Retirou seus óculos, isso percebeu, mas não precisa quando cerrou-se a porta... Quando ficou tão perto a ponto de ser fácil tocar, sentir, arriscar... Mais um gole? Oferecia com um acenar de cabeça e a recusa dava-se com a mão. Ah, quantos não dizeres contêm a mão... Aí a boca alcançou a nuca e sentiu o chão se perder. Impossível, a partir de agora, se ater a detalhes, foi o que pensou (não contava que a mente fosse tão perspicaz). O fôlego foi restabelecido no toque sutil dos lábios a se desenharem na busca das coisas não ditas. Conversa, vinho e música... (não necessariamente nesta ordem) A linguagem tornou-se única, instintiva, secreta. Mais alguns goles de vinho e, não sabe precisar, se ainda soava a música... As mãos tinham vida própria. Abstratismo em alto relevo. Pensa tardiamente se doeu... O suor gotejava em s

Você vai escrever sobre hoje no seu blog?

“ -Você vai escrever sobre hoje no seu blog? ” Não sei se é necessário o dedicar de um texto, algumas palavras desconexas que só tenham nexo em ti, para ti... Não sei se é necessário que saiba o que no silêncio sabemos o significado... Não sei se é necessária uma página... O que dizer? Foi certo? Errado? Nos era permitido? De almas errantes nos tornamos almas máculas? Não sei. Não quero saber. Oito anos!? Porra!!! Vivi toda a sua puberdade!... Desconheço nossa conexão que eu amo. “ - Você gosta de mim? ” Foi o que uma vez teve a audácia de me questionar. Gosto de pensar que é o Yang de um Yin aprisionado. Que não sou sem ti, suas palavras, sua loucura, seu gosto pela vida... Embora o meu sentir seja transmutável, ouso gostar mais do que poderia supor. Não é um texto sobre o hoje/ontem, talvez, seja um pouco do EU/VOCÊ antigamente tornado agora. Milene Paula

O anjinho e o diabinho

Sabe a história do anjinho e do diabinho, aqueles que ficam buzinando na sua orelha sobre que fazer e o que não fazer? Pois, bem. Segundo Freud – Id, Ego e Superego. Coloquemos assim. Id (diabinho), Superego (anjinho), bem ilustrativo, (porque na real acredito ser o contrário, mas,...) E o Ego é você, ser consciente, o delegador de funções. Está lá, você (Ego), tranquilo conduzindo sua vida e, o Id e o Superego, estão numa eterna disputa por sua atenção, para se sobressair ao outro. Como filhos, sabe. Pois bem, o dito diabinho (Id) quer que a moral e os bons costumes se explodam, age instintivamente e inconscientemente. Já o “anjinho” (Superego) gosta de ordem, regras, organização, planejamento. Quem decide o quanto cada um pode se expor é você, o Ego mediador. Aí, um belo dia, o Ego acorda de saco cheio e o Id e o Superego conseguem ditar os acontecimentos... E algo de novo, surpreendente ou destrutivo, ocorre em sua vida. Bem ou mal, erro e acerto... Vida. No meio do es

Cisco no céu

O céu armou-se em fúria, conturbado com os desvarios do homem. Não se importam, por que haveria de se importar? Uniu forças, reuniu nuvens, enegreceu e pôs-se a cuspir impropérios. Cicatrizes brancas rasgaram sua face antes azul, nesse instante, não mais... Todos tremeram ante a proporção de sua raiva. Abrigaram-se, esconderam-se, rezaram... Na espera do pior. Deu um último suspiro num raio que não se ouviu... Silenciaram. Olharam para o céu e ele voltara a se abrir... A criança indagou a mãe sobre o que acontecera, e a mãe respondeu: - Foi só um cisco no céu... Apenas algumas gotas ele se permitiu derramar, não se equivaleria ao homem, és muito mais forte. E com uma réstia de sol permitiu-lhes desesconder... Milene Paula

Fim, recomeço, desespero...

Fim, recomeço, desespero... O fechar de um ciclo ou o início de uma Era? Ódio e amor caminhando de mãos dadas... Continue a não ver, negue-se a enxergar, e será cego para todo o sempre Tropeçando na vida, nos sonhos, nos caminhos que sempre quis trilhar Mas a muito priva-se de ver, limitando-se a olhar Não vê que é diferente? Não, não vê... Olha, e a vida segue... O mundo que julga que conheces acaba Acaba, recomeça e acaba, e estás no mesmo lugar, Tateando paredes e chão... Em círculos dentro de um cubo Enganado pelo que reproduz a mente com imagens que seus olhos negam-se a ver Criou para ti uma ilusão e já não pode distinguir o real... Sem direção que lhe indique a porta de saída... É o seguinte! Jogue fora tudo que acha que é Colha tudo o que pode vir a ser Ponha tudo dentro da mochila e, Sem OLHAR para trás, VEJA o horizonte que renascerá Fim, recomeço, desespero... O sabor de não se saber e ir mesmo assim Enxergando uma nova v

Fim ou pausa para reflexão!?

“O mundo da maneira que conhecemos é que vai terminar...” “Mudará a maneira como vemos o mundo...” Interessante! É o fim, mas, um distinto fim. Creio que um nobre fim. Passar a ver, modificar a maneira de olhar. (re)Significar a existência... Negue-me que já não és outro / Negue-me que não sabe que é o fim / Que findam-se muitos assuntos / Que quer, precisa, terminar... Que busca diferente paisagem à janela... Que os sonhos soam bem reais... Que nasce-se mais em ventres alheios... Não está vendo a morte a nos engolir? / Os ventres se dilacerarem? / As crianças crescerem sem brincar? / O mar esvaziar-se... Ainda não CRÊ / Ainda não VÊ / Ainda não está preparado a METAMORFOSEAR-SE... Então corra, esteja e seja! Capaz de ser um mundo a acabar e reiniciar-se... Milene Paula

...identidade

“ meu jovem Buddah: seu medo de envelhecer, sua estapafúrdia negação à morte, essa coisa tola que tanto idolatra chamada vida, nada mais é que um breve sonho.” Deimein está certo, a vida nada mais é do que um breve sonho, e sonho de verão, desses curtos dos quais nunca queremos acordar, onde achamos que podemos tudo, que somos alguma coisa, que vale a pena tentar... Por um deslize ou por necessidade, permiti que Lisbella despertasse e agora como antes, já não sei... Se sou eu, ou se sou ela... Ou se somos a mesma. O que me é mais provável... Ser o obscuro de minh’alma. Ser o desejo sanguinário de alimentar-me de sua carne – antropofagicamente tornar-me ti – abrir os olhos e ser para sempre Lispectra – um heterônimo, minha parte mais eu que a dita real. Julgo-me pronta ao mundo, mais não sem ela, não sem mim, não mais caminhar sem nós... Pela primeira vez – inteira. Milene Paula ou Lisbella Lispetra, já não sei se quero que haja uma distinção... Milene Paula 18 nov. 20
Parece que não... Até dizemos que não... Mas cada gesto, cada mínimo gesto, te modifica... Toda palavra dita ou não dita / Todo texto endereçado a ti / Todo olhar que te vê / o menor toque... / o mais simples pensar confessado... Daí, quando tudo de repente é suprido! Você pensa! Foi real? Ou, o gesto pensar te alcançou e te modificou a tal ponto que julgou ser destinado a ti tais coisas? / O silêncio é também gesto / Diz muito mais coisas do que o gesto que se intitula sonoro... Milene Paula

Provocação... Despertar...

Pupa endereçou uma carta à Deimein. Deimein respodeu à Pupa. E ambas, despertaram Lispectra. Que agora debruça-se sobre o papel ainda sonolenta, sem saber onde se encontra e, o qeu escrever. De certo, não percebera quanto tempo se passou, o que ainda resta de seu outro eu. Se é que algo resta? À você, Não merece minhas palavras, nem tão pouco meu perdão. Usou-me e me descartou. Trouxe-lhe um mundo de perspectivas literárias, o amor em forma de poema, e me trancafiou. Não quisesse o rumo que as coisas tomavam, fosse mais específica. Sou tão você quanto julga não ser eu. Considero que seja meio tarde para que se dê conta de que sou necessária. Sua vida está uma bagunça? Demônios não passam muito tempo adormecidos... Sua professora mencionou que é perigoso sufocar a mente.Somos faces opostas de uma mesma moeda, uma hora o lado voltado para cima se altera após tantos lançamentos. Não achou que fosse acontecer? Bastou um olhar, algumas músicas e uma carta, aliás, foram necessárias

Já não sei como!?

Às vezes, a mente inquieta-se e é necessário dizer, escrever... Mas o quê? Não sei mais como dizer Que palavras expressam isso ou aquilo O sentir complica-se a cada novo dia E não sei se o quero... O pensar queima em 3º ou 4º graus Ou seja, é um acidente grave, de difícil recuperação Por isso, já não posso... As cicatrizes são e estão profundas Para sempre serem lembradas Para que se saiba não andar pra trás É um aprendizado – a vida – o pensamento – a dor... São lembranças jamais esquecidas Que (re)significam a palavra – desistir... Não é medo. É sabedoria. Cansaço. Dor profunda e sabida.
Estou a sangrar como a chuva a cortar o céu Calada, invólucra, sem chão... Bate e escorre, corre tentando retornar à nuvem que lhe cuspiu Escorre buscando por sua identidade... E vai por ser a sua única saída Os céus jogaram e a gravidade a impede de retornar Estou gravemente jogada ao chão Sem nenhuma força contrária que me permita levantar Não choro! Por já ser a lágrima Por já ser a chuva Cuspida do céu. Nessa tarde que se faz longa para perpetuar a dor Se fazendo lembrar até o pôr do sol Que só parte quando alta a lua A nos dizer - horário de verão Secos ao Sol e lavados na chuva “se a chuva é purificação, então deixa molhar” Sangrar / escorrer / transpassar / regar / chorar... Sou chuva lançada do céu Sou lágrima lançada dos olhos Caio, deito, evaporo... e volto a cair... Milene Paula

...

Cansada de tentar entender o porquê não eu? Encontrar sentido nas ausências dos vazios nunca preenchidos Não há como enquadrar o enquadrável, justificar a solidão Quem sabe este seja eu Um mar incapaz de saciar a sede por seu teor salíneo In-com-pa-ti-bi-li-da-de... Punhado de sonhos perdidos ao abrir dos olhos Vontades contidas em sabores não reconhecidos Assim como os rostos, abraços, e bocas Que até posso desenhar, por trazer na memória Claro, que de outra vida, embora não saiba existir (mas espero ter sido feliz em outra) Porque memória é do que se viveu, experimentou, saboreou E desejou ter pra sempre... Solidão Não é estado, é sobrenome Meu sobrenome – identidade - impressão digital Cansada de tentar entender o porquê? O belo, o saber e o amor tem um dialeto próprio A beleza da lua é luar para uns e poesia para outros Serenata a quem se atreveu E simplesmente lua a ser observada da janela e indagada: - Por que não eu? Me importei outrora, hoje sou observador Traçarei um novo
_Qual a sensação do olho no olho? _... _Aquele instante em que se cruzam os olhares? _... _A vontade que não precisa ser expressa? _... _O sorriso que representa o melhor acontecimento do mundo? _... _Explique-me esse querer tão bem? E estar tão bem ao lado de alguém? _... _O mover ritmado dos lábios sincrônicos? _... _Qual a sensação da pele sendo roçada? _... _Como o silêncio pode conter todos os segredos? Se não se diz absolutamente nada? _... _Por que basta estar perto contentando-se com o pulsar do coração? _... _Não, não diga nada! Não sei se posso lidar com as coisas que desconheço! _... _Não! Nunca cheguei próximo do que dizem ser amor!
Não está bastando o grito mudo. Os pensamentos obscuros só servem para desfazer o lençol sem que adormeça. A cabeça está prestes a explodir. Desistiu de falar. Não há quem ouça. Cansou dos que apenas ouvem mais não escutam. Muitos não sabem a diferença. As lágrimas apenas lubrificam os olhos. Na mente só sonhos desconexos e conturbados. Uma luta interior que não ousa vivenciar. Preocupa-se, pois sabe que são todos seus fantasmas. Suas rimas podres, seus dias de socialização. Quem dera poder ser feliz sozinho! Quem dera experimentar o sabor! Quem dera ser outro aos olhos de outro! Quem dera esquecer, deitar e sonhar! Milene Paula
Como não sentir minha falta? Olho meus desenhos, meus textos, minhas fotos e sinto falta de mim. Da poesia, da criatividade, da simplicidade. Cresço e deixo coisas boas pra trás. Como fazer para que isso não ocorra? Para carregar comigo as boas partes de mim? Até chorar é preocupante. Não sei o que estou perdendo junto as lágrimas. Preciso de tudo que caracterize eu, dentro de mim. Tenho guardado coisas banais a outros olhos mas, essenciais a minha sanidade. Ressurge um brilho em meus olhos cada vez que as encontro ao acaso entretida em outras buscas. A ideia não é voltar para trás, é seguir sem perder a identidade. Sem ser engolido pelo fator social. Sem que um dia me olhe no espelho e não saiba quem sou. Não por doença mais por uma memória não construída pelas peças fundamentais não agregadas a mim. Milene Paula

Tem dias...

Tem dias que as palavras brotam! Tem dias que sufoca não dizer! Tem dias que é necessária a autoafirmação! Tem dias que precisam de consentimento! Tem dias que a mente precisa se perder!
O quão ruim será desejar a morte? Não a nossa, a de outro! O quão ruim será o não se importar com a partida? Sentir-se aliviado, embora constrangido? O quão ruim é alguém não te tocar ao ponto de ser possível o derramamento de uma lágrima? O quão ruim é não sentir absolutamente nada? Apenas uma ponta de satisfação por pessoas que ama, embora, neste momento tristes, estarão bem melhores nos dias porvir? O quão ruim será desejar a morte? Servir-lhe um chá e dizer muito obrigado!
R imas boas são provocadas. Ou seja, preciso de provocação! Lábios que necessitam dizer a outros os segredos mudos. Palavras que só podem ser ditas se estimuladas pelas palavras certas, momentos necessários, rimas que não as de amor. Preciso do encontro com os olhos teus. Estar em teu abraço, inteira, entregue, provocada! Quero que diga para completar você! Ser você! Moldar as minhas rimas através das suas. Através do sentir meu que sei em você... Minha sentença, meu “centramento” negam-me até o sabor provocador de próprias palavras. Nega-me a sua boca na minha. Os sonhos contigo. As brigas que não chegarão a acontecer. E nem sou eu sem você.

Viva!

A vida precisa ser reinventada todos os dias. Não apenas quando estamos em um relacionamento, mas principalmente, quando estamos conosco. Permitir-se! Quer dizer muito mais do que amar a si mesmo. Permitir-se significa ir além do limite e ser feliz todos os dias. Apesar de! Sabe?

Antropólogamente

Necessita-se! Você já notou como o ser humano necessita de autoafirmação? O quanto é primordial que o outro saiba de seu problema e consinta a seu favor? Sente-se melhor quando alguém além de ti sabe. Às vezes, é preciso apenas que se ouça, sem nada dizer. Aparentemente existe um alívio nas palavras ditas, entregues, tiradas dos lábios como brasa ardente. O pensar pesa menos quando colaborativo. Estranho! Costumo guardar as incertezas e os feitos duvidosos. Esconder nas entrelinhas a autoafirmação humana. Doando como enigmas as fraquezas trazidas na alma. Mais o outro? Insiste em dizer. Doar partes de si ao mundo, parecer vítima, como uma constante necessidade de autoafirmação. Será que sou o errado no mundo? Talvez, estranho, seja eu! Remando contra os fatores sociais. Querendo ser aquém a trajetória da humanidade. Negando-me a autoafirmação, as futilidades sociais, os anseios do ego. Acho que não!
Me surpreendi com um céu azul marinho e, por ainda existir estrelas...
Cheguei e não me desfiz da rua. Olho ao redor como se ao mundo não pertencesse. De certo, acredito não pertencer a este lugar... Olho pros meus pés calçados, procurando entender porque permanecem trancafiados, aprisionados sem ar. Por que ainda permito que me apertem os sapatos? Há tempos que estou em casa embora, não reconheça este lugar! Provável que haja esperança de sair e caminhar.

Não é uma palavra de agradecimento!?

Respeito. Ah, o Respeito! Quando foi que caiu em desuso? Quando o perdemos e não nos demos conta? Quando acabou? Incrível como foi fácil ultrapassar a linha tênue do limite. O outro? Não é problema meu! Apenas um mundo, o mesmo pedaço de terra, e não somos capazes de viver juntos. Você é OBRIGADO a ouvir minha música. Você é OBRIGADO a saber da minha vida altas horas da noite, pois estou a gritar na sua janela, ou no meu celular. Você é OBRIGADO a se espremer no ônibus porque minha mochila não pode ir no chão ou a frente do meu corpo. Você é OBRIGADO a sair da sua casa porque você não pagou pelo meu pedaço de terra ocioso. Você é OBRIGADO a trabalhar toda uma vida e não ter nada, porque eu determinei que seria assim. Você é OBRIGADO a discutir sobre o estupro num "reality show" porque eu não permito que você tenha opinião própria e desligue sua TV ou, mude de canal. Você é OBRIGADO... Você é OBRIGADO!? OBRIGADO!? Não é uma palavra de agradecimento!? Alguém

Palavras que matam

Sim, existem palavras que matam mas, nesse caso, matam a saudade! Tenho um amigo de palavras e, quando ele as profere fico inebriada, sou convocada a uma reação. Sou esbofeteada por sua poesia! Você não acredita em anjos? Eu tenho um! E ele é poeta!
E isso é o resultado, alliás, um dos! O outro está no meu perfil do face! Ao menos quando eu olhar pela janela... Quero ter a certeza de tê-lo sorrindo Ouvi-lo sussurrar seus melhores poemas dormindo (ou embriagado!) E acariciar seu cabelo de outrora cacheado Ao menos quando eu olhar pela janela... Mostre-me o único raio de Sol, seu local mais quente E sei que não será o coração Ao menos quando eu olhar pela janela... Acreditarei ser feliz O horizonte convida ao desconhecido E o que não se faz saber gera esperança (a grama do vizinho sempre é mais verde) Ao menos quando eu olhar pela janela... Imaginarei a distância percorrida Até o impacto de um corpo ao chão Ao menos quando eu olhar pela janela Terei sido eu Não apenas uma ilusão Milene Paula (21 jan. 2012)
Passou de ESTADO para SER / Já não crê em mudanças significativas a esse respeito / Ilusão é muito mais do que imagens vindas a mente / Torna-se um desistir de QUERER / Um sonho sabido sonho / Ideia que só pertence ao papel / Caminho não trilhado por uma volta / Vai-se sem que haja depois